O governo do Estado prorrogou até julho deste ano o contrato de uso do helicóptero PMR, no valor de R$ 1,220 milhão. A denúncia foi feita nesta quinta-feira (31), pelo líder da oposição na Assembleia Legislativa, deputado Edivaldo Holanda (PTC). Enquanto isso, ressalta o parlamentar, pessoas estão morrendo sem atendimento hospitalar e metade da população de São Luís padece sem água.
Segundo Edivaldo, esta mesma aeronave que faz a campanha da governadora Roseana Sarney (PMDB) será usada irregularmente na campanha da próxima eleição. A denúncia foi com base em informações publicadas no Diário Oficial do dia 3 de março. Ele enfatizou que este mesmo valor gasto com o aluguel do helicóptero seria mais do que suficiente para solucionar o problema da água no município de Penalva, cujo teor de salinização é muito alto, com graves consequências para a população.
Edivaldo Holanda lembrou que a falta de sensibilidade do governo para com a população é tão grande que a base governista na Assembleia rejeitou emenda ao orçamento do deputado Marcelo Tavares (PSB), que destinava R$ 800 mil para solucionar o problema da água no município de Penalva.
Segundo ele, o governo impôs esta derrota afirmando que até fevereiro deste ano a cidade teria água. “Terminou março, chegou abril e a população de Penalva, continua a beber água salgada”.
O alerta de Edivaldo Holanda não se restringiu apenas a Penalva. Afirmou que metade da cidade de São Luís está sem água, fato este estampado diariamente no jornal “O Estado do Maranhão”, onde já há relato de pessoas que estão sendo obrigadas a tomar banho com água mineral.
Edivaldo lembrou que em 26 de setembro do ano passado o governo decretou, por 90 dias, estado de calamidade pública em São Luis por conta do problema no abastecimento de água. Tal decreto permitiu ao governo contrair R$ 255 milhões junto ao BNDES para ampliar o sistema de abastecimento. Passaram-se os três meses e o problema da falta de água persiste. “O governo pegou o dinheiro e aqui está a cidade sem água, o povo se acabando um ano depois e sem ter a quem recorrer”, disse.
CAOS NA SAÚDE
Fazendo um comparativo com a questão da falta de água em São Luís, o líder oposicionista lembrou que em quase um ano do atual governo absolutamente nada foi solucionado na área de saúde, apenas a usurpação dos recursos conveniados com prefeituras, os quais seriam utilizados para resolver problemas das comunidades.
Como exemplo ele citou a retirada dos recursos para a construção do Hospital Regional de Imperatriz, que já era para estar pronto, e do Hospital Regional de Pinheiro.
Edivaldo também leu trecho de matéria publicada no jornal Folha de São Paulo deste domingo, que registrou a 16ª morte do ano em Imperatriz, sendo a última vítima uma menina de oito anos, que agonizava há nove dias em leito comum, acometida por meningite, à espera de uma vaga em UTI.
“Nenhuma liminar obtida na Justiça obrigando o governo maranhense a lhe oferecer UTI, mesmo que fosse em clínica particular, conseguiu materializar a tempo o tratamento que talvez lhe desse alguma chance de sobrevivência. A UTI só apareceu quando era tarde demais”, registrou Holanda.
Na concepção de Edivaldo Holanda, o Maranhão hoje enfrenta um vexame nacional, cujas vidas estão sendo ceifadas diariamente nos corredores dos hospitais fechados ou semi-fechados ou de unidades que deveriam estar abertas e não estão.