O deputado Chico Leitoa (PDT) defendeu hoje (quarta-feira, 28) o sistema de cotas nas universidades públicas criado pelo governo federal. Para ele, sem a reserva de vagas aos menos favorecidos, os estudantes que cursam o ensino médio em escolas públicas concorrem em desvantagem com alunos das escolas particulares.
Por conta do Dia da Educação, comemorado hoje, uma série de deputados discursaram sobre o tema.
Chico Leitoa contou que fez vestibular para cursar engenharia na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, ou simplesmente Poli, mas foi reprovado. Ele credita isso ao fato da concorrência ser desleal. “Parecia Tóquio, só tinha nissei (filhos de japoneses). Pessoas que estudam nas melhores escolas, das famílias mais abastadas. Meu nível era bom aqui, mas com relação a eles, não dava nem para começar”.
O pedetista disse acreditar que educação é a única porta para liberdade de um povo, lembrou que sempre estudou em escola pública — do ensino fundamental ao superior — e que foi professor de matemática e física em escolas públicas e privadas do Maranhão e do Piauí. “Sempre soube da importância da educação de qualidade, principalmente para famílias de baixa renda”.
Para ele, a criação do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental) posteriormente transformado em Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) revolucionou o sistema educacional do país. “Para se ter uma ideia, o meu município (Timon, na divisa do Maranhão com o Piauí) recebeu R$ 13 milhões do Fundef em 2004 e quase R$ 50 milhões do Fundeb em 2009”, declarou.
Ele ainda criticou o fim do plano integrado de ensino público — proposta do governo Jackson Lago (2007-abril de 2009) que envolvia a Uema, a Fapema, a Secretaria Estadual e as secretarias municipais de Educação — e a intervenção da política partidária na área da Educação.