Nos últimos quatro anos, o Governo do Maranhão avançou no cumprimento das normas do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) com a ampliação da oferta de vagas e do número de unidades, regionalização das medidas socioeducativas, capacitação de servidores, realização de cursos profissionalizantes para adolescentes, ações intersetoriais e a articulação de parcerias para projetos especiais.
Para Elisângela Cardoso, presidenta da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac), os resultados são fruto do esforço coletivo de uma gestão participativa, que prima pelo compromisso com a transformação da vida de adolescentes em medida socioeducativa e com a melhoria das condições de trabalho para os servidores.
“Em 2018, encerramos um ciclo de gestão com significativas melhorias e conquistas. Essa trajetória mobilizou esforços de servidores da sede https://www.atosefatos.jor.br/wp-content/uploads/2023/03/voz_do_brasil_1711222143-1024×613-1.jpgistrativa, das nossas unidades de atendimento e de parceiros. Mais do que números, são resultados expressivos de muito comprometimento com a socioeducação de adolescentes maranhenses”, comemorou a gestora.
“Em quatro anos, os avanços na socioeducação são significativos, com ações de regionalização da aplicação das medidas, humanização dos espaços de internação e, principalmente, a substituição das unidades em espaços alugados por espaços próprios no município de São Luís”, avaliou positivamente o secretário de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), Francisco Gonçalves.
Novas Unidades
As metas alcançadas representam a aplicação estratégica de recursos na socioeducação. De 2015 a 2018 houve o investimento de mais de R$ 9,7 milhões em construções e reformas das unidades socioeducativas, resultando na geração de 167 novas vagas para a humanização do atendimento, adequação das unidades aos padrões do Sinase e regionalização das medidas.
Assim, nos últimos quatro anos, a Funac saltou de oito unidades com 185 vagas para 12 unidades com 352 vagas para o atendimento das medidas socioeducativas em São Luís, Paço do Lumiar, São José de Ribamar, Imperatriz e Timon. Em 2019, a expectativa é a geração de mais de 70 vagas, com a retomada da construção do Centro Socioeducativo da Região Tocantina, em Imperatriz.
“A dignidade humana é um pilar da gestão estadual. Ao construirmos escolas, estradas, hospitais e unidades socioeducativas como as da Funac, oferecemos oportunidades aos maranhenses de terem acesso a direitos fundamentais, que por tanto tempo lhes foram negados. Estamos felizes em contribuir e temos a certeza que o trabalho continua firme em defesa do nosso Estado”, frisou o secretário estadual da Infraestrutura, Clayton Noleto.
Escolarização e profissionalização
Um dos destaques da atual gestão da Funac foi o investimento significativo em ações de escolarização e profissionalização. Por meio de ação intersetorial com a Secretaria de Estado da Educação houve a implementação da Coordenação de Medidas Socioeducativas, que atende especificamente os processos educacionais nas unidades e a realização do processo seletivo de professores para a socioeducação.
Além desta articulação, a Funac teve destaque nos dois últimos anos do concurso de redação da Defensoria Pública da União, conquistando o 1º lugar em 2017 e, em 2018, as adolescentes do Centro de Juventude foram premidas do 1º ao 3º lugar. As participações nas Semanas de Ciência e Tecnologia e Feiras do Livro também foram espaços conquistados para desenvolver o protagonismo dos adolescentes, além das atividades de cultura e lazer.
“Fiquei muito feliz ao conquistar o 1º lugar no concurso. Agradeço as professoras que me incentivaram muito e acreditaram no meu potencial quando nem eu mesma achava que era possível”, disse a adolescente do Centro de Juventude Florescer.
Os resultados também são positivos na área da profissionalização. Em 2018, a Funac atingiu o maior índice, com aproximadamente 366 adolescentes participantes de cursos e oficinas profissionalizantes por meio de parcerias com organizações da sociedade civil (Centro Comunitário da Vila Passos, IQEP e Pastoral do Menor), com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e da ação intersetorial com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Iema).
Para a realização das oficinas produtivas do Iema foram investidos aproximadamente R$ 246 mil, com foco na preparação dos adolescentes para o mercado de trabalho. Os adolescentes participaram de cursos nas áreas de Barbearia, Pintura de Obras, Eletricista, Eletrônica Básica, Instalador Hidráulico, Produção Agroecológica, Jardinagem, Artesanato e Manicure.
“Gostei muito do curso de pintor, é um curso que serve para tudo: para cuidar da sua própria casa, para trabalhar em empreiteira ou por conta própria. Gostei também que deixei um espaço bonito aqui na unidade com o que eu aprendi no curso. Espero conseguir algo bacana quando sair”, falou contente um dos adolescentes da Funac capacitado pelo Iema.
A diretora técnica da Funac, Lúcia Diniz, pontuou que para 2019 as ações com o Iema seguem com o III Ciclo de Formação Profissionalizante, desta vez objetivando a inclusão digital, por meio da abertura de laboratórios de informática em todas as Unidades da Funac. A estrutura já foi montada a partir das oficinas do Espaço Net.
“Estamos satisfeitos por saber que o Iema está contribuindo para a garantia do direito à educação profissional e à reinserção dos jovens na sociedade”, comentou o reitor do Iema, Jhonatan Almada, que foi um dos homenageados em dezembro do ano passado com a placa de ‘Parceiro da Socioeducação’.
Atendimento socioeducativo
Com relação aos atendimentos dos adolescentes, os relatórios de gestão 2015/2018 registraram a média de 1.500 adolescentes/ano que ingressaram nas unidades da Funac. Somente em 2018, dos 1.354 adolescentes atendidos, menos de 10% reiteraram em novos atos infracionais.
Qualificação do Servidor
Também foram alcançados bons índices na formação continuada dos operadores do sistema socioeducativo, com 3.120 certificações nos últimos quatro anos. A partir da Escola de Socioeducação do Maranhão, instituída em 2016, e do convênio com o Ministério de Direitos Humanos, a Funac registrou 2.746 certificações em cursos de qualificação básica e específica, gestão de pessoas, intervenção socioeducativa no âmbito sociopedagógico para equipes técnicas e socioeducadores, além de cursos para formação de brigadistas, justiça restaurativa e do projeto Jovem Guardião.
Organização da estrutura funcional
Para otimizar e qualificar os dados do atendimento socioeducativo do Maranhão, a Funac, em ação intersetorial, com a Secretaria Adjunta de Tecnologia da Informação (Seati) lançou o Sistema de Dados da Fundação (SIDAF) em dezembro do ano passado. Com o sistema, será possível o aperfeiçoamento e a realização de pesquisa sobre a socioeducação no Estado.
A criação da Coordenação Geral de Segurança e do Grupo de Intervenção Tática (GIT) para melhorar a segurança nas unidades socioeducativas foi outro avanço. Aliado a essas estratégias, a gestão da Funac organizou os fluxos de processos internos; expediu portarias para a execução do atendimento; implementou instrumentais de monitoramento e processos avaliativos do atendimento.