A Marinha russa anunciou nesta quinta-feira (11) exercícios militares no mar Negro, um dia depois de o presidente Vladimir Putin ter acusado a Ucrânia de tentar provocar um conflito pela Crimeia.
A Rússia anexou a Crimeia em 2014, após manifestações em Kiev terem levado ao fim do governo de Viktor Yanukovitch, alinhado a Moscou. O gesto levou a uma série de embates entre o governo ucraniano e separatistas pró-Rússia no leste do país.
A violência vinha arrefecendo, simultaneamente às tentativas de levar adiante um processo de paz. As tensões em torno da Crimeia, no entanto, voltaram nesta semana aos altos níveis de dois anos atrás e podem comprometer os avanços recentes.
Havia planos de diálogo às vésperas do encontro do G-20 (grupo das maiores economias do mundo) na China, em setembro. Putin afirma que, agora, tais conversas não têm mais razão de acontecer.
Há um receio de que Putin possa utilizar esses atritos para influenciar as negociações de paz a seu favor. A tensão na Crimeia poderia ajudá-lo a pressionar Washington por acordos mais favoráveis em relação à Ucrânia e à Síria antes do fim do mandato de Barack Obama.
Para a União Europeia e os Estados Unidos, a decisão de suspender as sanções financeiras contra a Rússia está condicionada a um diálogo entre Moscou e Kiev.Putin também poderia agir tendo em vista as eleições parlamentares russas de setembro, mobilizando setores nacionalistas da população em torno da crise regional.
ALERTA
Moscou acusa Kiev de ter enviado sabotadores à Crimeia para realizar ataques terroristas e desestabilizar a região. A Ucrânia nega.
Segundo as agências de notícias, a Rússia tem nos últimos dias concentrado tropas na fronteira ucraniana com a Crimeia. Moradores da região fronteiriça afirmam ter testemunhado a chegada de equipamentos de guerra mais modernos e o voo de caças.
Petro Poroshenko, presidente da Ucrânia, afirmou ter ordenado o mais alto estado de alerta nessa região, além de prontidão ao combate. O mandatário busca simultaneamente dialogar com urgência com Putin e com outros líderes internacionais, incluindo Joe Biden, vice-presidente americano. Com informações da Folhapress.