Com a decisão de não participar da cerimônia de encerramento da Olimpíada do Rio de Janeiro, o presidente interino, Michel Temer, foi convencido nesta quinta-feira (18) a viajar à capital fluminense e fazer uma visita ao Parque Olímpico antes do fim do evento mundial.
Segundo o entorno do peemedebista, o gesto tem como objetivo reduzir eventuais críticas sobre a sua ausência na solenidade do próximo domingo (21) e evitar passar a mensagem pública de que ele não deu a devida atenção ao acontecimento esportivo.
Nos últimos dias, assessores e auxiliares vinham insistindo que o presidente interino fosse ao Rio de Janeiro em uma tentativa de pauta positiva às vésperas do início da fase final do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, marcada para a próxima quinta-feira (25).
Nas palavras de um aliado do peemedebista, sua presença no Parque Olímpico seria uma maneira de associar a sua imagem pública ao sentimento de que o país conseguiu com sucesso sediar a competição mundial, apesar das críticas em relação à infraestrutura e à violência.
Na última segunda-feira (15), o presidente interino decidiu não participar do encerramento do evento mundial. Segundo assessores e auxiliares, a preocupação é de que uma nova vaia causasse um desgaste desnecessário.
Para justificar a ausência, o Palácio do Planalto pediu ao Ministério de Relações Exteriores um levantamento sobre o protocolo de presença na cerimônia.
A resposta do Palácio do Itamaraty foi que não é comum o comparecimento de chefes de Estado no evento de encerramento.
JAPÃO
A ausência do peemedebista causou um desconforto diplomático com o Japão. Ao longo da semana, integrantes da delegação japonesa se queixaram de que o primeiro-ministro Shinzo Abe não seria recebido pelo presidente brasileiro.
Para tentar solucionar o impasse, o Palácio do Planalto negociou com o governo japonês a possibilidade de o premiê fazer uma escala em Brasília antes de aterrissar no Rio.
Segundo a Folha de S.Paulo apurou, contudo, o país oriental respondeu que não há tempo hábil para a parada na capital federal, já que ele ficará menos de um dia no país.
A equipe do peemedebista ainda não decidiu que procedimento adotará.
O receio do entorno do presidente interino é de que, caso ele viaje ao Rio no domingo (21) apenas para o encontro, poderá ser cobrado sobre sua ausência na cerimônia. Com informações da Folhapress.