Em nota, presidente do Senado afirma que Fernando Sarney apenas exerceu direito ao processar o jornal
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), demonstrou apoio a seu filho, o empresário Fernando Sarney, na ação judicial que proíbe o jornal O Estado de S.Paulo e o estadao.com.br de publicar reportagens que contenham informações da Operação Faktor, mais conhecida como Boi Barrica. Em nota divulgada nesta segunda-feira, 3, José Sarney disse que seu filho tem sido vítima do jornal e que, com o pedido de proibição, apenas exerceu seu direito de cidadão, por o que não pode condená-lo.
“Não fui consultado sobre essa iniciativa, de exclusiva responsabilidade dele (Fernando Sarney) e de seus advogados, e por isso é uma distorção de má fé querer me responsabilizar pelo fato”, afirma a nota, assinada por Sarney. “Todo o Brasil é testemunha de minha tolerância e minha posição a respeito da liberdade de imprensa, nunca tendo processado jornalista algum”, completa o presidente do Senado, que enfrenta diversas denúncias sobre envolvimento com atos secretos na Casa.
De acordo com Sarney, seu filho Fernando “tem sido vítima de cruel e violenta campanha infamante por parte de O Estado de S.Paulo“. “Na defesa de seu direito, por seus advogados, (Fernando) entrou na Justiça contra O Estado de S.Paulo, uma vez que ninguém é privilegiado com imunidade contra a lei. Não discuto a demanda, mas não posso condená-lo por exercer seu direito de cidadão”, afirma o presidente do Senado.
A proibição foi consolidada pelo desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), na última sexta-feira, a pedido de Fernando Sarney. Vieira determinou que o descumprimento da aplicação acarretará em uma de multa de R$ 150 mil – por “cada ato de violação do presente comando judicial”, isto é, para cada reportagem publicada.
Lei a nota de Sarney na íntegra:
“A respeito da medida judicial prolatada contra o jornal Estado de S.Paulo, venho esclarecer o seguinte:
1. Meu filho Fernando Sarney, com 53 anos de idade, tem sido vítima de cruel e violenta campanha infamante por parte de O Estado de S.Paulo.
2. É empresário, tem sua vida, família, sua independência.
3. Na defesa de seu direito, por seus advogados, Fernando entrou na Justiça contra O Estado de S.Paulo, uma vez que ninguém é privilegiado com imunidade contra a lei. Não discuto a demanda, mas não posso condená-lo por exercer seu direito de cidadão
4. Não fui consultado sobre essa iniciativa, de exclusiva responsabilidade dele Fernando Sarney e de seus advogados, e por isso é uma distorção de má fé querer me responsabilizar pelo fato
5. Todo o Brasil é testemunha de minha tolerância e minha posição a respeito da liberdade de imprensa, nunca tendo processado jornalista algum.
José Sarney”
HOLANDA CRITICA E MILHOMEM
DEFENDE GOVERNO ROSEANA
Em pronunciamento feito na sessão desta segunda-feira (3) da Assembleia Legislativa, o deputado Edivaldo Holanda (PTC) denunciou um suposto esquema, orquestrado dentro da Secretaria de Estado da Saúde, com o objetivo de privatizar todo o setor público de Análises Clínicas e de Radiologia do Estado.
Holanda apresentou na tribuna da AL um documento, elaborado por representantes do Sindicato dos Farmacêuticos e Bioquímicos do Maranhão e por funcionários públicos do próprio setor de Análises Clínicas, relatando o caso.
O documento traz a informação de que a “operação” para privatizar toda a rede de Análises Clínicas (laboratórios públicos) e de Radiologia já teve início. Segundo o deputado, o setor de Radiologia do Hospital Geral, por determinação do secretário Ricardo Murad (Saúde), já está sob a responsabilidade do médico Expedito Bacelar, proprietário do Hospital Centro Médico e que, segundo Holanda, é irmão do secretário adjunto de Saúde do Estado, Luís Henrique Bacelar.
“Não existe justificativa técnica nem https://www.atosefatos.jor.br/wp-content/uploads/2023/03/voz_do_brasil_1711222143-1024×613-1.jpgistrativa para este ato. A única explicação que vejo é a barganha política. O governo ilegítimo de Roseana Sarney está fazendo isso para obter vantagens políticas”, afirmou Edivaldo Holanda.
De acordo com o deputado, o setor possui profissionais qualificados que, com a privatização, poderão ter perdas significativas – inclusive salariais. Além disso, conforme denunciou Holanda, a privatização prevê a utilização, por parte da iniciativa privada, de toda a estrutura (inclusive os equipamentos) dos laboratórios públicos do Estado. “Os laboratórios públicos do Estado dão um lucro mensal ao governo de mais de R$ 1 milhão. Um exame clínico, conforme tabela do SUS, é feito gratuitamente pelo valor de R$ 4,00. Os laboratórios particulares irão cobrar R$ 6,00. Ou seja, volto a repetir, não existe justificativa plausível para este abuso que o governo, através da Secretaria de Estado da Saúde, está querendo fazer”, disse.
MILHOMEM DEFENDE GOVERNO
Na próxima quarta-feira, a denúncia feita por Edivaldo Holanda será encaminhada à Comissão de Saúde da AL. O encaminhamento foi solicitado pelo próprio presidente da Comissão, deputado Arnaldo Melo (PSDB). “A denúncia é grave e tem que ser verificada. Neste primeiro momento, iremos analisar todas as informações prestadas pelo deputado Edivaldo Holanda. Em seguida, iremos ouvir os representantes do Sindicado dos Farmacêuticos e funcionários dos laboratórios públicos”, explicou Melo.
Líder do bloco parlamentar que presta apoio ao governo do Estado na Assembleia, o deputado Tatá Milhomem (DEM) classificou como inverdades a denúncia feita por Edivaldo Holanda. “Acredito que o deputado Edivaldo, no afã de querer desestabilizar o governo, está acreditando nessas inverdades”, disse.
Milhomem sugeriu ao próprio Edivaldo Holanda a convocação do secretário Ricardo Murad para prestar esclarecimentos sobre o assunto na Assembleia. “É importante frisar que o que o governo Roseana está fazendo é reverter a situação calamitosa da saúde maranhense deixada pelo ex-governo que foi cassado”.