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Greve dos rodoviários está marcada para sexta-feira Em janeiro, os rodoviários também deflagraram greve de ônibus em São Luís.

SÃO LUÍS – Em decorrência do impasse entre os sindicatos dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário no Maranhão (STTREMA) e das Empresas de Transporte (SET), motoristas, cobradores e fiscais de ônibus de São Luís vão paralisar suas atividades a partir de sexta-feira, dia 14, por tempo indeterminado. A decisão foi tomada ontem, em assembléia geral da categoria, após a falta de acordo durante a sétima rodada de negociações entre os dois sindicatos, na sede do SET. Se o protesto for mantido, este será o segundo movimento do gênero somente este ano. Em janeiro, os rodoviários também deflagraram greve de ônibus.

O Sindicato dos Rodoviários exige a redução da jornada de trabalho, aumento salarial de 23% e reajuste do tíquete-refeição para R$ 350,00, além da inclusão de dois dependentes nos Planos de Saúde. As propostas não foram aceitas pelo SET.

De acordo com Dorival Silva, presidente do STTREMA, o SET preocupou-se apenas em defender a proposta de manter a remuneração dos rodoviários da maneira como está. “Eles tiveram a ‘cara-de-pau’ de dizer que, mesmo com o aumento da tarifa de ônibus, não será possível nos dar o aumento salarial. Segundo o SET, o reajuste da tarifa não previa aumento na remuneração dos trabalhadores, algo de que discordamos”, disse.

Dorival afirmou que, nos últimos cinco anos, a categoria não obteve ganho real sobre o salário. “Nós temos recebido apenas reajustes baseados na inflação. Com isso, a defasagem de nossos salários já chega a 23% e foi isso que mostramos a eles. O SET se negou a dar qualquer proposta a nós, o que é um desrespeito ao trabalhador”, reclamou.

Argumentos

O presidente do SET, Luís Cláudio Siqueira, no entanto, expôs outros argumentos a respeito do sétimo encontro das categorias. Segundo o empresário, o SET propôs uma discussão a partir da jornada de trabalho de 44 horas semanais, como determina a Convenção Coletiva de Trabalho, uma vez que o sindicato dos rodoviários havia proposto a redução da jornada de trabalho aliada ao aumento salarial.

“Eles insistiram na discussão do aumento de 23% do salário, em uma jornada de apenas 6 horas diárias. Nós afirmamos que, para a redução da jornada de trabalho, deveria haver, por conseqüência, diminuição no salário, o que não foi aceito”, apresentou.

O sindicato dos empresários questionou cálculo do reajuste salarial proposto pelos rodoviários e exigiu argumentos concretos para que, a partir de análise tributária, eles pudessem verificar o balizamento da inflação e discutir um novo reajuste. “Eles não souberam nos dizer de onde vieram os 23%, até porque em todo o Brasil não se fala mais em índice de inflação com dois dígitos. Não houve, portanto, avanços, e eles decidiram reavaliar essa proposta”, revelou Medeiros.

De acordo com o presidente do SET, o aumento salarial que se ajusta à realidade do empresariado, está baseada na inflação oficial do país, que gira em torno de 4,5% e 5%. “Esse seria o índice que serviria para qualquer composição salarial no Brasil. Caso tivéssemos dado os 23%, esse aumento seria repassado, em outro momento, para a população. Eu acredito que, se a discussão for realmente sobre o índice inflacionário, todos faremos um bom acordo”, enfatizou.

Mais

A última paralisação no setor ocorreu no fim de janeiro, quando os rodoviários solicitaram o cumprimento dos acordos previstos na convenção coletiva de trabalho firmada em 2009. Em 2009, os rodoviários conseguiram aumento de 6,03% e reajuste no tíquete-alimentação de R$ 243,00 para R$ 261,00.

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