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Conferência na Suíça vai discutir plano para reconstrução da Ucrânia

As forças russas atacam e seguem progredindo no leste da Ucrânia, dando continuação ao seu plano de conquista da região do Donbass.

No domingo (3), Moscou anunciou que seu Exército havia conquistado a cidade de Lysytchansk, importante bastião do leste da Ucrânia. Nesta segunda-feira, começa em Lugano, na Suíça, uma conferência de dois dias sobre a futura reconstrução da Ucrânia, com representantes de 38 países.

O primeiro-ministro ucraniano, Denis Schmigal, e o presidente do parlamento, Ruslan Stefan Tchouk, chegaram à Suíça na véspera para os debates. O projeto está sendo chamado de uma espécie de novo “Plano Marshall”, nome do programa econômico americano que possibilitou levantar a Europa Ocidental das ruínas da Segunda Guerra Mundial.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participará do evento por videoconferência. Dezenas de milhões de dólares em apoio à Kiev devem ser anunciados. A “tarefa é realmente colossal” mesmo que apenas nos territórios liberados, reconheceu, no domingo, Zelensky, referindo-se ao objetivo da conferência que reunirá autoridades dos países aliados da Ucrânia, instituições internacionais e do setor privado.

O desfecho do conflito, iniciado no dia 24 de fevereiro com a invasão da Ucrânia pelo Exército russo, ainda permanece incerto, apesar da substancial ajuda militar e financeira dos aliados e de um avanço russo muito mais lento do que o esperado.

Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen (esq.) ao lado do primeiro-ministro da Ucrânia (cen) e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel (dir.) — Foto: Alessandro della Valle/Pool via REUTERS

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o primeiro-ministro tcheco Petr Fiala, cujo país acaba de assumir a presidência da UE por seis meses, e seu homólogo, Mateusz Morawiecki, da Polônia, país que mais acolhe refugiados ucranianos, estarão em Lugano para as discussões.  

A conferência havia sido planejada bem antes da guerra e inicialmente se concentraria nas reformas da Ucrânia e, em particular, na luta contra a corrupção endêmica. O encontro não pretende, contudo, ser uma conferência de doadores – onde todos anunciam o valor do “cheque” a doar – mas deve definir os princípios e prioridades de um processo de reconstrução do país.

Para Robert Mardini, diretor geral do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, é fundamental dar “uma perspectiva positiva aos civis”, explicou ao canal público suíço RTS.

Previsão de investimentos

A Escola de Economia de Kiev (KSE) estimou os danos a edifícios e infraestrutura em quase US$ 104 bilhões. A economia do país já perdeu US$ 600 bilhões, segundo algumas estimativas.

Presidente da Suíça, Ignazio Cassis (esq.), ao lado da Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen — Foto: Michael Buholzer/Pool via REUTERS

O Banco Europeu de Investimento (BEI) vai propor a criação de um novo fundo para a Ucrânia, que pode chegar a € 100 bilhões, segundo fontes familiarizadas com o plano.

O Reino Unido, um dos aliados mais ativos da Ucrânia, apoiará a reconstrução da capital e da região de Kiev, a pedido do presidente Zelensky, conforme informou o Ministério das Relações Exteriores, no domingo.

Londres também planeja trabalhar com Kiev e seus aliados para sediar a Conferência de Recuperação da Ucrânia, em 2023, e estabelecer um escritório na capital do Reino Unido para ajudar a coordenar esses esforços de reconstrução.

Alta segurança e protestos

Polícia suíça faz barreira perto de local onde ocorrerá a Comissão de recuperação da Ucrânia — Foto: Arnd Wiegmann/REUTERS

Se Lugano é o terceiro centro financeiro da Suíça e um local de férias muito popular, sendo destino de magnatas russos, a cidade não está acostumada a receber reuniões diplomáticas internacionais. O acesso à conferência é limitado ao máximo.

O casino da cidade, em frente ao local de encontro, fechou as portas “em nome da paz”, como explica uma placa na entrada, especificando que os interessados podem continuar jogando online.

Manifestante na rua de Lugano, Suíça, pedindo pelo fim da guerra na Ucrânia — Foto: Arnd Wiegmann/REUTERS

O Greenpeace e ONGs ucranianas optaram por promover as energias renováveis ​​e denunciar a energia nuclear (a usina de Chernobyl fica na Ucrânia) erguendo uma turbina eólica fictícia perto do local da conferência.

Moratória a estudantes

Na França, o governo anunciou nesta segunda-feira uma moratória até setembro sobre as expulsões de estudantes estrangeiros que se refugiaram no país, depois de terem fugido da guerra na Ucrânia. Segundo as autoridades francesas, a medida deve beneficiar cerca de 200 pessoas. Atualmente, cerca de 3.500 indivíduos são contemplados por uma proteção temporária na França, após a invasão russa.

Fonte: G1


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